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O Menestrel

Depois de algum tempo você aprende a diferença,
a sutil diferença
entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se.
E que companhia nem sempre significa segurança.
Começa a aprender que beijos não são contratos
e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante,
com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
Aprende a construir todas as suas estradas no hoje,
porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,
e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que, não importa o quanto você se importe,
algumas pessoas simplesmente não se importam…
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa,
ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…
E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida,
mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…
Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa,
ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa…
por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas;
pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós,
mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros,
mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser,
e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo…
mas, se você não sabe para onde está indo,
qualquer caminho serve.
Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão…
e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade,
pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação,
sempre existem, pelo menos, dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute
quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve
e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…
Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva,
mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer
que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode,
pois existem pessoas que nos amam,
mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…
Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga,
você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,
o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma,
em vez de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar…
que realmente é forte,
e que pode ir muito mais longe
depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor
e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras
e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar
se não fosse o medo de tentar.
"Gaiolas e asas", por Rubem Alves

Sentir alegria ao sair de casa para ir à escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O sonho é livrar-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que as fecha com os tigres.
Nos tempos de minha infância, eu tinha um prazer cruel: pegar passarinhos. Fazia minhas próprias arapucas, punha fubá dentro e ficava escondido, esperando... O pobre passarinho vinha, atraído pelo fubá. Ia comendo, entrava na arapuca e pisava no poleiro. E era uma vez um passarinho voante. Cuidadosamente eu enfiava a mão na arapuca, pegava o passarinho e o colocava dentro de uma gaiola. O pássaro se lançava furiosamente contra os arames, batia as asas, crispava as garras e enfiava o bico entre os vãos. Na inútil tentativa de ganhar de novo o espaço, ficava ensanguentado... Sempre me lembro com tristeza da minha crueldade infantil.
Violento, o pássaro que luta contra os arames da gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes de periferia? Ou serão as escolas que são violentas? As escolas serão gaiolas? Vão me falar sobre a necessidade das escolas dizendo que os adolescentes de periferia precisam ser educados para melhorarem de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes, que todos, tenham uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor. Mas eu pergunto: nossas escolas estão dando uma boa educação? O que é uma boa educação?
O que os burocratas pressupõe sem pensar é que os alunos ganham uma boa educação se aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E, para testar a qualidade da educação, criam mecanismos, provas e avaliações, acrescidos dos novos exames elaborados pelo Ministério da Educação.
Mas será mesmo? Será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o ideal de uma boa educação? Você sabe o que é "dígrafo"? E os usos da partícula "se"? E o nome das enzimas que entram na digestão? E o sujeito da frase "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante"? Qual a utilidade da palavra "mesóclise"? Pobres professoras, também engaioladas... São obrigadas a ensinar o que os programas mandam, sabendo que é inútil. Isso é hábito velho das escolas. Bruno Bettelheim relata sua experiência com as escolas: "Fui forçado (!) a estudar o que os professores haviam decidido que eu deveria aprender. E aprender à sua maneira".
O sujeito da educação é o corpo, porque é nele que está a vida. É o corpo que quer aprender para poder viver. É ele que dá as ordens. A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo a viver. Nietzsche dizia que ela, a inteligência, era "ferramenta" e "brinquedo" do corpo. Nisso se resume o programa educacional do corpo: aprender "ferramentas", aprender "brinquedos".
"Ferramentas" são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. "Brinquedos" são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma.
Nessas duas palavras, ferramentas e brinquedos, está o resumo da educação. Ferramentas e brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramentas me permitem voar pelos caminhos do mundo.
Brinquedos me permitem voar pelos caminhos da alma. Quem está aprendendo ferramentas e brinquedos está aprendendo liberdade, não fica violento. Fica alegre, vendo as asas crescer... Assim todo professor, ao ensinar, teria de se perguntar: "Isso que vou ensinar, é ferramenta? É brinquedo?" Se não for, é melhor deixar de lado.
As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados. Esses dados não me dizem nada. Não me dizem se são gaiolas ou asas. Mas eu sei que há professores que amam o vôo dos seus alunos.
Há esperança..."

Retirado de: ALVES, Rubem. Para uma educação romântica. Papirus.sétima edição. 2008p.29-31.
Wish you were here

A música que leva o nome do disco é uma das mais belas do Pink Floyd!
Vale a pena conferir:
Letra:
So,
So you think you can tell
Heaven from Hell,
Blue skies from pain
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?
Did they get you to trade
Your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
Did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?
How I wish,
how I wish you were here
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears
Wish you were here
(Roger Waters, David Guilmour)
Uma nova vida para Mateus
"E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na recebedoria um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.
E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos
E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?
Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes."
A história de Mateus é um grande exemplo de conversão e mostra como Deus pode dar uma vida nova para aqueles que querem segui-lo.
Quando a pessoa decide seguir o Senhor Jesus ela recebe uma vida nova, não importa quem você era no passado, o que importa é que Jesus te dá vida nova. A experiência da regeneração é algo que muda a vida da pessoa para sempre. Mas deve haver por parte da pessoa a decisão de querer viver para Deus, não mudar de religião simplesmente, mas se tornar um servo de Cristo
I-Abandonou tudo para seguir a Jesus.v.9
"E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na recebedoria um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu"
Quando Jesus vai passando vê sentado na coletoria um homem chamado Mateus, então disse-lhe "segue-me”, na mesma hora o homem se levantou e o seguiu.
-Quem era Mateus?
Nos dias de Jesus os Romanos impuseram pesados impostos para todo tipo de coisa. Mateus era membro de um grupo desprezadíssimo de funcionários públicos, ele era um publicano. Os judeus odiavam os publicanos, eles eram tidos como traidores por prestar serviço para os romanos. Além disso, muitos publicanos eram ladrões, cobravam o imposto mais caro do que o normal e ficavam com o dinheiro. Também por isso, Mateus era discriminado pela sociedade.
-Tomou uma decisão irreversível.
Mateus tinha muito dinheiro, mas no dia em que Jesus o chamou ele não pensou duas vezes. Abandonou tudo para seguir a Jesus. Mateus abandonou todo o luxo e prazer que o pecado pode proporcionar. Foi uma decisão irreversível. Se os outros apóstolos quisessem desistir do cristianismo e voltar a ser pescadores eles poderiam, mas Mateus não poderia nunca voltar a ser um publicano. Isso me lembra a história do jovem rico, ele perguntou para Jesus o que deveria fazer para segui-lo, Jesus testou esse jovem pedindo para ele abandonar as suas riquezas para segui-lo. Deus não se importa se temos dinheiro, Jesus estava apenas testando aquele jovem para ver se ele estava mesmo decidido por Jesus. Quando o Senhor mandou ele vender tudo o que tinha para dar o dinheiro aos pobres, aquele jovem ficou triste e desistiu. Jesus quer ser o primeiro em nossas vidas, o coração daquele jovem estava em suas riquezas e não em Jesus.
-Existe a necessidade do arrependimento.
Deus ama o pecador, mas odeia o pecado, Ele quer perdoar os pecados das pessoas, mas só pode fazer isso se houver um arrependimento da parte delas. A fé salvadora é a confiança em Jesus Cristo para o perdão dos pecados e a garantia da vida eterna. Essa fé salvadora vem acompanhada do arrependimento. Está escrito em Isaías 55:6-7: “Buscai aos Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho e o homem maligno os seus pensamentos. Voltem-se para o nosso Deus pois grandioso é em perdoar.” A fé para salvação e o arrependimento caminham juntos, não adianta eu querer seguir a Jesus pensando em viver no pecado . O verdadeiro arrependimento não é um simples remorso, é o ódio pelo pecado praticado e o desejo sincero de abandoná-lo. Mateus não pensou duas vezes, para ele não importava mais o prazer que o pecado podia proporcionar, para ele o mais importante se tornou seguir a Jesus. Seguir a Jesus sem olhar para trás.
II-Deu um banquete para comemorar sua nova vida.v.10 "E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos."
Teve um banquete na casa de Mateus, nesse banquete estavam Jesus e seus discípulos, chegaram também muitos publicanos e pecadores. Jesus não discriminava ninguém, Ele se envolvia com as pessoas, fossem elas ricas ou pobres, justos ou pecadores, homens ou mulheres e a todos falava da Palavra de Deus. A Bíblia é clara em nos falar que todos somos pecadores e precisamos do perdão de Deus.
Jesus não discrimina ninguém, ele quer que todos sejamos salvos, Ele não se isolava das pessoas buscando seus próprios interesses, ele se envolvia com os pecadores e falava para eles sobre a Palavra de Deus, coisa que os Fariseus não suportavam.
III- A crítica dos fariseus.v. 11
"E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?"
-Quem eram os fariseus? Naquela época assim como hoje, existiam muitas classes religiosas, os fariseus eram uma delas, na verdade eles eram a classe mais influente entre o povo. Eles se consideravam separados, adoravam julgar e condenar as pessoas. Os fariseus acreditavam que eram a nata do povo escolhido, e que só eles eram verdadeiramente fiéis a Deus, eles adoravam se comparar com as pessoas. Os evangelhos dedicam bastante espaço para os fariseus. Cristo teve muito contato com eles e falava deles com freqüência. Os fariseus foram violentamente censurados por Jesus, ele disse:”ai de vós escribas e fariseus hipócritas, porque fechais o reino dos céus diante dos homens, “guias cegos”, raça de víboras como escapareis da condenação do inferno?”
Os fariseus eram religiosos intolerantes, acreditavam que seus rituais inventados por homens tinham o mesmo valor da Lei de Deus, e condenavam aqueles que não os seguiam. Eles não se relacionavam com pessoas tidas como pecadores. Se achavam mais santos do que todo mundo. Jesus os chamou de sepulcros caiados, por fora ostentavam beleza mas por dentro eram sujos. -
-Devemos tomar cuidado com o farisaísmo.
Hoje em dia também existe farisaísmo. Tem pessoas que vivem se comparando com as outras, acham que por qualquer motivo são mais santas, adoram apontar os pecados das outras pessoas. A verdadeira santidade não está em se comparar com as outras pessoas, a Bíblia nos ensina que aqueles que se santificam possuem amor, paz alegria, mansidão domínio próprio. O apóstolo Paulo escreveu em Gálatas 6:1... que: “ devemos ajudar aqueles que forem surpreendidos em alguma ofensa com mansidão olhando para nós mesmo para que não sejamos também tentados” Devemos manter a santidade sem esquecer que quem nos justifica é o Senhor, e que o perdão dos pecados não está em apontar o erro do outro, e sim em nos humilharmos diante de Deus para que alcancemos o perdão.
-Intimidade com Deus vai além da religiosidade.
Deus não quer que sejamos apenas religiosos, Deus quer que tenhamos intimidade com Ele. Não adianta simplesmente eu vir à igreja, e ter um cargo, eu preciso ter intimidade com Deus. A santificação é muito importante, está escrito que sem a santificação ninguém verá o Senhor. Devemos ser puros diante de Deus. Não adianta eu ser puro diante dos homens, é Deus quem me justifica, é Ele que pode me dar a vida eterna. Devemos buscar sempre uma maior intimidade com Deus, isso sim é a verdadeira santidade. Não adiante a pessoa ser crente, tem que de fato entregar a sua vida para o Senhor Jesus, e deixar que Ele a transforme. Aceitar a Jesus não é mudar de religião, é passar a ter Jesus como Senhor de sua vida. Os fariseus não entendiam esse princípio eles não entendiam que a salvação é para todos.
IV- Jesus veio salvar o que se havia perdido. V.12 "Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes"
-Todos somos pecadores
Está escrito em romanos 3:23: “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.”
A bíblia é clara em nos afirmar que todos somos pecadores, que precisamos do perdão de Deus. Ninguém pode ser salvo pela própria justiça, todos precisamos do perdão.
-Até os marginalizados podem ser perdoados.
Muitas pessoas são discriminadas pela sociedade, são rotuladas pela sua forma de vida. Talvez alguém olhe ou olhou pra você falando:"esse não tem mais jeito”,
Mas Deus não vê como vê o homem, o homem te julga pelo que você faz, Deus ama as pessoas e quer mudar a vida delas. Está escrito que há festa no céu quando um pecador se arrepende.
Certo dia, Jesus estava na casa de um fariseu comendo, quando de repente entrou um mulher e começou a lavar os pés de Jesus com perfume e enxugá-los com seus cabelos, os fariseus vendo aquilo criticaram Jesus por ter aceitado ter contato com uma mulher pecadora. Mas Jesus não apenas aceitou a adoração da mulher como perdoou os seus pecados e disse: “ a sua fé te salvou”(Lc7:31)
Deus não desiste das pessoas Não importa o que você é ou foi no passado, Deus não desiste de você, Jesus te ama e quer perdoar os seus pecados. Talvez o homem não te valorize, mas Deus valoriza você, Ele deu o próprio Filho para nos salvar, se você não entregou a sua vida para o Senhor Jesus ainda, não perca mais tempo. Faça como Mateus, ele obedeceu ao chamado de Deus, abandonou tudo para seguir a Jesus sem olhar para trás.
O que importa não é quem a pessoa é ou era antes de conhecer a Jesus. O que importa é a pessoa reconhecer o seu pecado, e entregar sua vida para o Senhor Jesus, Não simplesmente mudar de religião, mas sim passar a viver para Cristo.
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele."(João 3;16,17)
O que é sermão?
O sermão é um discurso que visa fins religiosos, também conhecido como homilia Todo sermão é preparado através da homilética.
A palavra homilética deriva do grego, ομιλετικη (homiletique), significa o ensino em tom familiar. No grego clássico temos as palavras ομιλος ( homilos) que significa multidão, assembléia de povo e o verbo ομιλεω (homiléo) que significa conversar. De homileo adapta-se o termo homilia. A homilética é uma ciência que estabelece regras para a elaboração dos discursos, ela organiza o sermão de uma forma que a pregação se desenvolva claramente, numa sequência lógica, e de forma persuasiva.
No começo da igreja cristã as reuniões aconteciam secretamente de casa em casa, tudo era muito simples e informal.
No início do quarto século o Cristianismo tornou-se aceitável, o culto caseiro tornou-se público. Com a necessidade de aprimoramento da comunicação do evangelho surgiu a homilética, a simplicidade deu lugar a retórica e oratória dos gregos e romanos. A retórica e a oratória tornaram-se sinônimos e passaram a designar os discursos profanos. A homilética passou a designar o discurso religioso, ou seja, o sermão.
O Padre Vieira e o Sermão da Sexagésima (análise)
Nasceu em Lisboa em 1608, aos seis anos é trazido ao Brasil, estudou no colégio dos jesuítas na Bahia, entrou na Companhia de Jesus em 1623, e foi ordenado em 1634. Quando Portugal foi liberto do julgo espanhol em 1 de dezembro de 1640, segue com a delegação que promete lealdade ao Rei Dom João IV. Em Portugal se destaca como orador e ganha prestígio junto à corte. É enviado a missões diplomáticas para Haia, Paris e Roma, porém sem obter muito sucesso.
O Padre Vieira destacou-se pela sua incomparável qualidade como orador, aliando sua formação jesuítica com a estética barroca, pronunciou sermões que se tornaram a expressão máxima do barroco em prosa sacra, e uma das principais expressões ideológicas literárias da contra-reforma.
O púlpito foi a maneira que Vieira usou para pregar para as massas no século XVII, pregou a índios, brancos, negros, a brasileiros, africanos e portugueses, a dominados e dominadores. Além de catequizar, defendia os índios.
A produção literária de Vieira conta com mais de duzentos sermões e quinhentas cartas. Os sermões que mais se destacam são:”Sermão do bom sucesso das armas de Portugal contra as da Holanda”, proferido na Bahia em 1640; “Sermão de Antônio aos peixes”, proferido no Maranhão em 1654; “Sermão do mandato”, pronunciado na capela real Portuguesa em 1645; e o “Sermão da sexagésima”, proferido na capela real de Lisboa em 1653, tem como tema a arte de pregar. O sermão da sexagésima é o mais conhecido. E será o objeto de estudo do texto seguinte.
Sermão da Sexagésima (análise)
O Padre Vieira pregou sobre a parábola do semeador, texto que se encontra no evangelho de Mateus no capitulo 13: 1-9, 19-23:
Naquele dia, saiu Jesus e sentou-se à beira do lago. Acercou-se dele, porém, uma tal multidão, que precisou entrar numa barca. Nela se assentou, enquanto a multidão ficava à margem. E seus discursos foram uma série de parábolas. Disse ele: Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram. Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda. Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se, por falta de raízes. Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e as sufocaram. Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um...
... Ouvi, pois, o sentido da parábola do semeador: quando um homem ouve a palavra do Reino e não a entende, o Maligno vem e arranca o que foi semeado no seu coração. Este é aquele que recebeu a semente à beira do caminho. O solo pedregoso em que ela caiu é aquele que acolhe com alegria a palavra ouvida, mas não tem raízes, é inconstante: sobrevindo uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, logo encontra uma ocasião de queda. terreno que recebeu a semente entre os espinhos representa aquele que ouviu bem a palavra, mas nele os cuidados do mundo e a sedução das riquezas a sufocam e a tornam infrutuosa. A terra boa semeada é aquele que ouve a palavra e a compreende, e produz fruto: cem por um, sessenta por um, trinta por um.
Como bom orador que era, Vieira tenta conquistar a docilidade se seu auditório com um discreto elogio, também chama a tenção para a importância do tema pelo fato de ter viajado tão longe para pregar para eles:
E se quisesse Deus que este tão ilustre e tão numeroso auditório saísse hoje tão desenganado da pregação, como vem enganado com o pregador! Ouçamos o Evangelho, e ouçamo-lo todo, que todo é do caso que me levou e trouxe de tão longe.
Segue falando sobre os pregadores que pregam em sua própria pátria, e os pregadores que pregam em pátrias diferentes. Fala também sobre os diversos tipos de dificuldades que os pregadores enfrentam e sobre a necessidade de serem perseverantes para superar as dificuldades.
Os argumentos que Vieira usa são:
1.A citação de passagens bíblicas, no caso em questão a que se encontra no livro de Ezequiel cap.1, que fala sobre animais que não olham para trás. Assim como esses animais os pregadores não podem desistir. Também cita Marcos 16:15, texto em que Jesus manda os apóstolos evangelizarem toda criatura.
2.O exemplo dos missionários no Maranhão que sofreram, por amor ao evangelho:
Mas ainda a do semeador do nosso Evangelho não foi a maior. A maior é a que se tem experimentado na seara aonde eu fui, e para onde venho. Tudo o que aqui padeceu o trigo, padeceram lá os semeadores. Se bem advertirdes, houve aqui trigo mirrado, trigo afogado, trigo comido e trigo pisado. Trigo mirrado: Natum aruit, quia non habebat humorem; trigo afogado: Exortae spinae suffocaverunt illud; trigo comido: Volucres caeli comederunt illud; trigo pisado: Conculcutum est. Tudo isto padeceram os semeadores evangélicos da missão do Maranhão de doze anos a esta parte. Houve missionários afogados, porque uns se afogaram na boca do grande rio das Amazonas; houve missionários comidos, porque a outros comeram os bárbaros na ilha dos Aroãs; houve missionários mirrados, porque tais tornaram os da jornada dos Tocatins, mirrados da fome e da doença, onde tal houve, que andando vinte e dois dias perdido nas brenhas matou somente a sede com o orvalho que lambia das folhas. Vede se lhe quadra bem o Notum aruit, quia non habebant humorem! E que sobre mirrados, sobre afogados, sobre comidos, ainda se vejam pisados e perseguidos dos homens: Conculcatum est! Não me queixo nem o digo, Senhor, pelos semeadores; só pela seara o digo, só pela seara o sinto. Para os semeadores, isto são glórias: mirrados sim, mas por amor de vós mirrados; afogados sim, mas por amor de vós afogados; comidos sim, mas por amor de vós comidos; pisados e perseguidos sim, mas por amor de vós perseguidos e pisados
Parte II
Na parte II, Vieira dá prosseguimento à introdução da mensagem, explicando o significado da parábola do semeador.
Ele encerra essa parte II, com a proposição da mensagem. A proposição é uma declaração simples do assunto abordado, tem a finalidade de mostrar aos ouvintes o tema principal da mensagem. Geralmente tem uma sentença interrogativa, a resposta à essa questão é o eixo sobre o qual os tópicos do sermão vão girar. Vieira usa esse recurso com verdadeira maestria:
Nunca na Igreja de Deus houve tantas pregações, nem tantos pregadores como hoje. Pois se tanto se semeia a palavra de Deus, como é tão pouco o fruto? Não há um homem que em um sermão entre em si e se resolva, não há um moço que se arrependa, não há um velho que se desengane. Que é isto? Assim como Deus não é hoje menos omnipotente, assim a sua palavra não é hoje menos poderosa do que dantes era. Pois se a palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus tem hoje tantos pregadores, porque não vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, tão grande e tão importante dúvida, será a matéria do sermão. Quero começar pregando-me a mim. A mim será, e também a vós; a mim, para aprender a pregar; a vós, que aprendais a ouvir.
Parte III
Vieira finalmente entra no corpo do sermão, fala que existem três agentes na pregação, Deus o ouvinte e o pregador. Desses três apenas um é responsável pelo sucesso na pregação, o pregador.
Argumentos:
Não pode ser o ouvinte porque a Palavra de Deus tem o poder de convencer qualquer tipo de ouvinte:
É tanta a força da divina palavra, que, sem cortar nem despontar espinhos, nasce entre espinhos. É tanta a força da divina palavra, que, sem arrancar nem abrandar pedras, nasce nas pedras. Corações embaraçados como espinhos corações secos e duros como pedras, ouvi a palavra de Deus e tende confiança! Tomai exemplo nessas mesmas pedras e nesses espinhos! Esses espinhos e essas pedras agora resistem ao semeador do Céu; mas virá tempo em que essas mesmas pedras o aclamem e esses mesmos espinhos o coroem.
Deus não pode ser o culpado porque Ele é infalível. Essa é uma declaração de fé defendida no concílio de Tridentino. Vieira usa novamente (como em todo o sermão), a parábola do semeador para ilustrar a pregação do evangelho comparando-a com o semear. As causas são terrenas, as pedras, os caminho, os espinhos. O Céu sempre ajuda sendo com sol ou chuva.
Parte IV
Vieira segue falando sobre a culpa do pregador. Cita cinco qualidades importantes do pregador: a pessoa que é, a ciência, a matéria, o estilo e a voz. Passa então a falar sobra cada uma dessas qualidades.
A pessoa. O pregador prega não apenas aos ouvidos com suas palavras, prega também aos olhos com suas atitudes. Mas as pessoas são falhas e esse não pode ser o principal problema.
Parte V
O estilo. Segundo Vieira o estilo dos pregadores de sua época era ruim. O pregador deve ter um estilo simples e natural.
Argumentos:
O céu(natureza) foi o primeiro pregador. Cita o salmo 19, que diz que “os céus declaram a glória de Deus e o firmamento proclama a obra de suas mãos...”
O estilo pode ser muito claro e muito alto; tão claro que o entendam os que não sabem e tão alto que tenham muito que entender os que sabem. O rústico acha documentos nas estrelas para sua lavoura e o mareante para sua navegação e o matemático para as suas observações e para os seus juízos. De maneira que o rústico e o mareante, que não sabem ler nem escrever entendem as estrelas; e o matemático, que tem lido quantos escreveram, não alcança a entender quanto nelas há. Tal pode ser o sermão: -- estrelas que todos vêem, e muito poucos as medem.
Parte VI
A matéria, o sermão deve ser focalizado num único tema, muitos pregadores pregavam(e pregam), sobre vários temas diferentes, isso apenas confunde os ouvintes. Fala sobre a estrutura dos sermões e com domínio do assunto resume a arte homilética:
Há-de tomar o pregador uma só matéria; há-de defini-la, para que se conheça; há-de dividi-la, para que se distinga; há-de prová-la com a Escritura; há-de declará-la com a razão; há-de confirmá-la com o exemplo; há-de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências que se hão-de seguir, com os inconvenientes que se devem evitar; há-de responder às dúvidas, há-de satisfazer às dificuldades; há-de impugnar e refutar com toda a força da eloquência os argumentos contrários; e depois disto há-de colher, há-de apertar, há-de concluir, há-de persuadir, há-de acabar. Isto é sermão, isto é pregar; e o que não é isto, é falar de mais alto.
Argumentos:
1.Ele cita uma metáfora sobre a árvore, e suas diversas partes, que exemplifica a estrutura de um bom sermão:
Uma árvore tem raízes, tem tronco, tem ramos, tem folhas, tem varas, tem flores, tem frutos. Assim há-de ser o sermão: há-de ter raízes fortes e sólidas, porque há-de ser fundado no Evangelho; há-de ter um tronco, porque há-de ter um só assunto e tratar uma só matéria; deste tronco hão-de nascer diversos ramos, que são diversos discursos, mas nascidos da mesma matéria e continuados nela; estes ramos hão-de ser secos, senão cobertos de folhas, porque os discursos hão-de ser vestidos e ornados de palavras. Há-de ter esta árvore varas, que são a repreensão dos vícios; há-de ter flores, que são as sentenças; e por remate de tudo, há-de ter frutos, que é o fruto e o fim a que se há-de ordenar o sermão. De maneira que há-de haver frutos, há-de haver flores, há-de haver varas, há-de haver folhas, há-de haver ramos; mas tudo nascido e fundado em um só tronco, que é uma só matéria. Se tudo são troncos, não é sermão, é madeira. Se tudo são ramos, não é sermão, são maravalhas. Se tudo são folhas, não é sermão, são versas. Se tudo são varas, não é sermão, é feixe. Se tudo são flores, não é sermão, é ramalhete. Serem tudo frutos, não pode ser; porque não há frutos sem árvore. Assim que nesta árvore, à que podemos chamar «árvore da vida», há-de haver o proveitoso do fruto, o formoso das flores, o rigoroso das varas, o vestido das folhas, o estendido dos ramos; mas tudo isto nascido e formado de um só tronco e esse não levantado no ar, senão fundado nas raízes do Evangelho: Seminare semen. Eis aqui como hão-de ser os sermões, eis aqui como não são. E assim não é muito que se não faça fruto com eles.
2.Cita Aristóteles e Túlio, filósofos gregos e professores de retórica. Cita também grandes pregadores da história da Igreja que deixaram sua marca usando esse método: S. João Crisóstomo, de S. Basílio Magno, S. Bernardo. S. Cipriano, S. Gregório S. Gregório, Santo António de Pádua e S. Vicente Ferrer.
Parte VII
Nessa parte Vieira fala sobre a falta de ciência dos pregadores. O pregador deve buscar conhecimento e originalidade ao invés de imitar outros pregadores. O pregador que não possui ciência apenas imita os pregadores que ouviu, já os que tem ciência podem pregar de uma forma original.
Argumentos:
1.Faz uma metáfora comparando a pescaria com a pregação. Segundo Vieira os apóstolos pescavam com as próprias redes.
2.Fala também sobre as línguas de fogo que foram vistas sobre os apóstolos no dia de pentecostes quando eles foram batizados com o Espírito Santo (Atos cap.2), referindo-se a forma diferente que eles tinham de pregar:
Porque não servem todas as línguas a todos, senão a cada um a sua. Uma língua só sobre Pedro, porque a língua de Pedro não serve a André; outra língua só sobre André, porque a língua de André não serve a Filipe; outra língua só sobre Filipe, porque a língua de Filipe não serve a Bartolomeu, e assim dos mais. E senão vede-o no estilo de cada um dos Apóstolos, sobre que desceu o Espírito Santo. Só de cinco temos escrituras; mas a diferença com que escreveram, como sabem os doutos, é admirável.
Parte VIII
Vieira segue a mensagem falando da voz. Seria ela a causa do fracasso de muitos pregadores?
Segundo ele a voz não é uma causa importante, isso porque uns tem a voz fraca outros a voz forte, e isso varia também pelo estilo do pregador.
Argumentos:
Cita a Bíblia que fala de Jesus como alguém que prega sem bradar e João Batista que bradava no deserto.
Vieira encerra essa parte levantando uma questão que aponta para o desfecho do sermão, e a principal causa da falta de fruto que a pregação teve em seus dias:
Em conclusão que a causa de não fazerem hoje fruto os pregadores com a palavra de Deus, nem é a circunstância da pessoa: Qui seminat: nem a do estilo: Seminare; nem a da matéria: Semen; nem a da ciência: Suum; nem a da voz: Clamabat. Moisés tinha fraca voz; Amós tinha grosseiro estilo; Salamão multiplicava e variava os assuntos; Balaão não tinha exemplo de vida; o seu animal não tinha ciência; e contudo todos estes, falando, persuadiam e convenciam. Pois se nenhuma destas razões que discorremos, nem todas elas juntas são a causa principal nem bastante do pouco fruto que hoje faz a palavra de Deus, qual diremos finalmente que é a verdadeira causa?
Parte IX
Segundo Vieira os pregadores não pregam a Palavra de Deus. Isso porque eles mudam o sentido do texto, se mudam o sentido pregam suas próprias palavras. O pregador não deve impor significados ao texto, usando a Bíblia para defender suas ideias. Deve sim extrair do texto o real significado.
Argumentos:
Para argumentar e exemplificar, ele cita a tentação de Cristo, texto que encontra-se no evangelho de Mateus no capítulo 4:6-8. O diabo muda o sentido do que está escrito querendo levar Jesus ao suicídio, O Senhor confronta satanás com uma interpretação verdadeira das escrituras:
O demônio transportou-o à Cidade Santa, colocou-o no ponto mais alto do templo e disse-lhe: Se és Filho de Deus, lança-te abaixo, pois está escrito: Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; proteger-te-ão com as mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé em alguma pedra {Sl 90,11s}. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus {Dt 6,16}.
Segundo Vieira, a mudança de sentido do que está escrito, transforma a Palavra de Deus em palavras da pessoa que está falando, se homem palavra de homem, se demônio palavra de demônio.
Parte X
Nessa última parte, Vieira fala que um dos maiores problemas é os pregadores terem medo de cair em descrédito. Ficam adulando o povo em vez de pregar as verdades divinas. Diz que o bom sermão não é aquele que faz os ouvintes se sentirem bem, e sim aquele que faz os ouvintes se sentirem mal e refletirem sobre suas vidas para que busquem o perdão dos pecados:
Argumentos:
1.Para argumentar ele cita o maior pregador e teólogo da história da Igreja, Apóstolo S. Paulo, que sempre ensinou que o pregador deve pregar: “com infâmia ou com boa fama”, e também :“se eu contentasse aos homens não seria servo de Cristo”.
2.Argumenta também citando o exemplo de um médico que não se preocupa se o tratamento do doente é doloroso, e sim com o efeito benéfico desse tratamento, o importante é a recuperação do paciente.
Vieira faz a conclusão de sua mensagem com uma aplicação prática, encerra a parte X chamando a atenção dos ouvintes para a responsabilidade do pregador que prestará contas a Deus, e convida as pessoas para se santificarem:
Advirtamos que nesta mesma Igreja há tribunas mais altas que as que vemos: Spectaculum facti sumus Deo, Angelis et hominibus. Acima das tribunas dos reis, estão as tribunas dos anjos, está a tribuna e o tribunal de Deus, que nos ouve e nos há-de julgar. Que conta há-de dar a Deus um pregador no Dia do Juízo? O ouvinte dirá: Não mo disseram. Mas o pregador? Vae mihi, quia tacui: Ai de mim, que não disse o que convinha! Não seja mais assim, por amor de Deus e de nós.
Estamos às portas da Quaresma, que é o tempo em que principalmente se semeia a palavra de Deus na Igreja, e em que ela se arma contra os vícios. Preguemos e armemo-nos todos contra os pecados, contra as soberbas, contra os ódios, contra as ambições, contra as invejas, contra as cobiças, contra as sensualidades. Veja o Céu que ainda tem na terra quem se põe da sua parte. Saiba o Inferno que ainda há na terra quem lhe faça guerra com a palavra de Deus, e saiba a mesma terra que ainda está em estado de reverdecer e dar muito fruto: Et fecit fructum centuplum.
O Padre Antônio Vieira não marcou apenas o seu tempo, a influência de suas palavras tem um impacto muito forte, principalmente para aqueles que são amantes da arte de pregar.
Bibliografia
VIEIRA, Antônio. Sermões escolhidos. Martin Claret (p.77-110). 2007, SP
MAGALHÃOES,Tereza Cochar. CEREJA,Willian Roberto. Português linguagens volume 1, São Paulo 1994, Atual Editora.
MOISES, Massaud. A literatura Portuguesa, 1960, 34 edição, 2006. São Paulo. Cultrix.
Princípios de morfossintaxe
Baseado no texto: Morfossintaxse de: CARONE, Flávia de Barros, Morfossintaxe. São Paulo: Ática, 2004. p 7-21.
A natureza da Igreja
O que é a Igreja?
Existem duas igrejas, a igreja como organização e a igreja como organismo. Como organização é a igreja visível, as organizações humanas, templos, etc. Na época da igreja primitiva, a igreja como organização era nas casas: "Saudai também a igreja que está em sua casa."(Romanos 16:5).
A igreja como organismo é a igreja invisível, são aqueles que são batizados no corpo de cristo(I Cotintios 12:12...). Quando a pessoa entrega a sua vida ao Senhor Jesus, ela passa pela primeira fase da santificação que é a regeneração. O Espírito Santo passa a habitar nessa pessoa, que sente uma comunhão com os outros cristãos, passa a fazer parte da igreja como organismo.
A igreja como organismo aparece na Bíblia com vários nomes como: Corpo de Cristo, Povo de Deus, Templo do Espírito, Sacerdócio de crentes, noiva do cordeiro, rebanho do bom pastor, sarmentos da videira verdadeira, lavoura de Deus e edifício de Deus.
I Corintios 13