“Enquanto a sociedade feliz não chega, que haja pelo menos fragmentos de um futuro em que a alegria é servida como sacramento, para que as crianças aprendam que o mundo pode ser diferente. Que a escola, ela mesma, seja um fragmento do futuro...” (Rubem Alves)





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Princípios de morfossintaxe

As crianças com sua maneira de ver e sentir as coisas brincam com as palavras, brincam de repetir as palavras várias vezes até perder o sentido, isso porque existe o plano de expressão e o plano de conteúdo. A sílaba é a construção de fonemas articulados, o fonema por si não significa nada, e nem a sílaba, eles só passam a possuir significado pela articulação existentente. A sílaba é um sintagma no plano da expressão. Sintagma é uma construção em qualquer nível resultando da articulação de unidades menores. O traço que divide o plano de expressão do plano de conteúdo é o significado existir ou não. Na gramática existe o estudo da morfologia juntamente com sintaxe, fonética e fonologia. O estudo da morfossintaxe se limita apenas as unidades com significado, a morfossintaxe estuda o morfema (menor unidade significativa), e o período(simples ou composto). A morfossintaxe opera com alguns conceitos que são: A articulação, a função, substância e forma(estrutura e construção), análise e síntese. A articulação designa o conjunto de posições que os órgão do aparelho fonador podem tomar para produzir o som, mas também fala que as formas lingüísticas podem ser analisadas através da separação das partes, essas partes se articulam para criar um novo signo, o princípio da dupla articulação da linguagem foi estabelecido por Martinet, segundo Martinet a primeira articulação é a das unidades significativas, ela ocorre no plano de conteúdo, já a segunda é a articulação dos fonemas que ocorrem no plano da expressão. A dupla articulação representa uma enorme economia e é capaz de produzir a comunicação verbal com um número limitado de unidades, as combinações nunca se esgotam. A articulação na linguagem torna possível a formação de muitos signos diferentes com poucos fonemas, isso devido a relação que os fonemas e morfemas podem adquirir no eixo sintagmático. A função é o papel que os componentes possuem devido à sua relação com os demais, o termo não exerce uma função em relação ao outro e sim contrai uma função em relação ao outro, a relação que há na função só pode ser definida pela análise. Substância e forma(estrutura e construção), as relações que se estabelecem entre as partes de um todo constituem a sua estrutura, a estrutura é uma construção, é substância formalizada, ou seja, substância dotada de forma. Análise e síntese, a análise é o método cartesiano de conhecimento que consiste em decompor um todo em partes sem perder de vista as relações que essas partes mantém, a análise é a investigação dos sub-conceitos com os quais o conceito em questão foi constituído, a descrição de uma língua é feita pela análise. Os recursos gramáticas que podem ser sistematizados através da análise da língua portuguesa são: a ordem das palavras, que é o recurso que opera no nível da estruturação sintática, que pode ocorrer em ordem maior ou menor se for uma língua diferente; a composição, é um gerador de palavras, são palavras formadas por radicais diferentes; a afixação forma palavras derivadas, é o acréscimo de afixo a um radical, seja esse afixo um prefixo, sufixo ou ambos, a afixação forma palavras derivadas; alternância vocálica e alternância consonantal, é quando um radical ou uma consoante sofrem alterações significativas formalizando fatos gramaticais, como novo/novos, novo/nova; variação do acento é qualidade física do som a intensidade, altura e timbre como em prática/pratica datilógrafo/datilografo; a reduplicação consiste em duplicar um radical a um sílaba que a ele se antepõe; palavras instrumentais estabelecem conceitos abstratos da relação, operam relações e funções e podem operar a transferência de um valor gramatical à outro sem que ocorra a derivação, as palavras instrumentais podem ser pronomes relativos, conjunções, preposições, e também verbos auxiliares.



Baseado no texto: Morfossintaxse de: CARONE, Flávia de Barros, Morfossintaxe. São Paulo: Ática, 2004. p 7-21.