Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embalada...
- Era um anjo entre nuvens d'alvorada,
Que em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos, as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!
[Álvares de Azevedo]
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embalada...
- Era um anjo entre nuvens d'alvorada,
Que em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos, as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!
[Álvares de Azevedo]
Manuel Antônio Álvares de Azevedo,
segundo filho de Inácio Alvarez de Azevedo e Maria Luísa Carlota Silveira da
Mota, nasceu na capital de São Paulo na rua de São Francisco próxima à
Faculdade de Direito, a 12 de setembro de 1831. Antes de Manuel Antônio casal
teve uma filha Maria Luísa, que se tornaria a irmã predileta de Álvares de
Azevedo. Com 2 anos de idade Álvares de Azevedo juntamente com sua família
muda-se para o Rio de Janeiro.
Em 1835, morre seu irmão mais novo. Álvares de Azevedo fica com a saúde
debilitada devido o choque emocional causado pela terrível perda.
De 1840 a 1844, Álvares de Azevedo estuda no Colégio Stoll. Aluno de
Destaque impressiona o proprietário do colégio: professor Stoll, que envia uma
carta a seu pai contendo os seguintes dizeres: “ Seu pequeno Manuel encanta-me
sempre mais: é sem dúvida a criança de mais bela esperança do meu colégio,
exceto em ginástica em que é o último”, e diz mais adiante: “ ...é a maior
capacidade intelectual que encontrei na América em menino de sua idade”...
Em 1844, viaja para São Paulo em companhia de seu tio dr. José Inácio
Silveira da Mota, professor da Faculdade de Direito, presta os exames mas não
pode matricular-se devido sua idade. Regressa no ano seguinte ao Rio de Janeiro
onde adquire o grau de Bacharel em Letras após ter sido aprovado plenamente em
todas as matérias. Nesse colégio Álvares de Azevedo foi aluno de Gonçalves de
Magalhães, precursor do Romantismo no Brasil com sua obra: “Suspiros poéticos e
saudade”.
Em 1848, Álvares de Azevedo matricula-se na Faculdade de
Direito de São Paulo. Rapidamente se destaca, graças ao estudo de Direito
Romano e análise do Código do Comercio no Brasil, foi escolhido como orador na
sessão em que se comemorava o aniversário da criação dos cursos jurídicos no
Brasil em 1849.
Em 1851, vai passar as férias de fim de
ano com sua família no Rio de Janeiro, em dezembro vai passar o verão na
fazenda de parentes. Nessa época em março de 1852, Álvares de Azevedo que já
estava tuberculoso, cai de um cavalo, ficando no leito até a morte no dia 25 de
abril de 1852.
Sobre a verdadeira causa de sua morte
divergem os biógrafos entre tumor, apendicite, a queda em si, ou tuberculose.
Em seu túmulo está o epitáfio: “Foi poeta, sonhou e amou na vida”.
Referencias
MAGALHÃES,Tereza Cochar. CEREJA,Willian Roberto. Português linguagens volume 2, São Paulo 1994, Atual Editora
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira, 1936. 44 edição1994. São Paulo. Cultrix.
FARACO, Carlos Emilio. MOURA. Francisco Marto. Língua e Literatura (1996) SP.AZEVEDO, Álvares de. Lira dos Vinte Anos. Martin Claret, 2007. São Paulo.